Pular para o conteúdo principal

Geração Y no mundo dos negócios! Muda alguma coisa?

Recentemente fui procurado pela Revista Brasileira de Administração para refletir acerca do que muda nos negócios com a chegada da Geração Y. Achei que deveria compartilhar!

1. A Geração Y chegou ao mercado de trabalho, muitas vezes assumindo cargos de liderança. O que caracteriza esta geração? Além de um natural direcionamento à compreensão de um mercado que é global, e portanto, demanda das empresas um realinhamento para esta realidade, a geração Y é caracterizada essencialmente pela valorização do conhecimento em detrimento da tradição, da criatividade em contraposição à técnica, do compartilhamento em oposição ao segredo e da competência técnica acima de tudo. Por fim, a geração Y faz de sua ocupação profissional uma diversão!

2. É correto afirmar que esta nova geração de líderes são tecnologicamente superiores e tendem a ter entendimento global? Por quê? Não acho que sejam tecnologicamente superiores, mas não tenho dúvida que esta geração compreende a dinâmica por detrás da tecnologia que move a economia mundial. Dinâmica esta que rompe radicalmente com o modelo de negócios que até então praticamos, baseando seus negócios no free, na abertura e no contato direto com os clientes. 

 3. Muitos líderes desta nova geração estão sendo preparados por profissionais das gerações X. Quais os pontos positivos e negativos desse fato? Uma vez que estamos em um momento de transição de paradigmas empresariais, esta relação parece salutar uma vez que temos um contexto de hibridização dos modelos de negócio. Um limbo entre a empresa analógica, que é pesada, onerosa e onde muitas vezes o alinhamento de pensamento vale mais do que a competência técnica de seus colaboradores, e a empresa digital, leve, flexivíel, naturalmente globalizada, aberta a novos mercados, calcada na competência técnica e na criatividade. 

4. Como a Geração Y é bastante questionadora, os tradicionais se ressentem muito desta postura, já que aprenderam a respeitar as regras e não questioná-las. Em função disso, é comum haver atrito e conflitos entre as duas gerações? Sem dúvidas, mas isto não é uma prerrogativa da geração Y. Sempre foi assim quando diferentes perspectivas de mundo co-habitam. De qualquer forma é o questionamento que faz avançar a ciência, a cultura, a política e os negócios. Assim, vivemos em um mundo que mais importante do que ter as respostas, é fazer a pergunta certa. 

5. Bons técnicos necessariamente se tornam bons líderes? Por quê? Não. Existem outras habilidades fundamentais a um bom líder além da habilidade técnica. Pessoalmente não vinculo a habilidade técnica como uma caraterística fundamental a um bom líder no século XXI. Entretanto, a compreensão da dinâmica do mundo globalizado e conectado é ponto basilar de um bom líder, além é claro, de habilidades de agregação, de comunicação, de escuta, o que não é novidade no mundo empresarial. 

6. O que considera importante na preparação de futuros líderes em uma empresa? Não acho que um líder seja preparado dentro de uma empresa. Como preparar um líder para o século XXI dentro dos moldes do século passado? Creio que a empresa sozinha não tenha capacidade de formal líderes conectados e preparados para a sociedade em rede. Tal preparação extrapola os domínios da empresa uma vez que deve contemplar a ampliação de horizontes e de percepção de mundo, o desafio constante, a dinamicidade de experiências e o espaço para o protagonismo e a valorização da criatividade. 

7. Qual o setor da empresa que deve se responsabilizar pela preparação dos futuros gestores? Embora não seja um profissional de área de administração de empresas, a minha tendência de resposta seria apontar o RH. Entretanto, estes setores de uma forma geral parecem atender a um modelo de empresa ultrapassado e que fornece serviços e produtos de ontem. 

8. Qual o período necessário para se preparar líderes? Um líder nunca está acabado, está em constante aperfeiçoamento e desenvolvimento, assim, não parece adequada a quantificação. Entretanto, uma coisa é evidente, estamos superando a concepção de que o bom líder deve ter muito tempo de empresa! 

9. O que é importante e o que não pode acontecer durante a preparação de um futuro líder? O mais importante é a valorização da competência e da criatividade e o estabelecimento de processos dinâmicos e flexíveis de formação.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Sendo professor na era da colaboração e da convergência II

Este texto teve sua origem em um post de 23 de setembro de 2011 , a partir de reflexões conjuntas que realizamos na disciplina de Metodologia do Ensino Superior do Mestrado em Educação. Naquela oportunidade foram registros isolados de percepções acerca do que muda (ou do que não muda) na escola da sociedade em rede, das novas (e talvez não tão novas) demandas da prática docente, das competências e habilidades dos alunos e da sempre fundamental necessidade de construir espaços de aprendizagem que, definitivamente, não dependem de tecnologias, mas por elas pode ser complexificado, no sentido de enriquecido, potencializado, virtualizado. A requisição dos colegas do NTE-Ijuí, de que fizesse um texto ilustrando minha fala do dia 18 de agosto de 2011, gotejando elementos a serem destacados em 10 de novembro de 2011, me impele a construir um texto definitivamente não-acadêmico, mas construído a partir de convicções nascidas da interação com outros professores, do convívio com alunos adolesc...

Blog é coisa do passado! Será?

Desde que me lembro de começar a estudar com mais afinco as questões do ciberespaço, que os blogs são figuras constantes... Muito antes de se falar em wikis (pedia ou liks), redes sociais (embora ele seja uma tb), ambientes virtuais de "aprendizagem", gerenciadores de conteúdo (ou ambientes visrtuais de aprendizagem srrsrs), etc, etc. Óbvio que em seus primórdios, que acho, datam dos anos 97 ou 98, não tínhamos as facilidades e os recursos de postar nossas percepções, irritações, gostos, reflexões, abobrinhas, abobronas, desilusões, esperanças, divagações (ah como é bom divagar), rompantes criativos, em diversas mídias.. a coisa era na base do bom e velho texto puro, com, no máximo variação entre 3 ou 4 tipos do fontes... Td bem que estamos em 2011 e o blogspot só me dá 7 opções rsrsrsr, mas ok, não é de formato que estamos falando, mas de conteúdo, de essência... De qualquer forma, o vovô das redes sociais nos dá a possibilidade de expressão em diversos formatos. Pq eu d...

Por que devemos ensinar as crianças a programar?

Coluna Escrita para o caderno DM em Sala de Aula! Olá! Na coluna de outubro escrevi um pouco sobre como a concepção de informática educativa enquanto instrumento interdisciplinar tem - no decorrer de 30 anos no Brasil - dado sinais claros de enfraquecimento e, principalmente, a sua contribuição tímida na melhoria da educação! Nesta coluna do DM na Sala de Aula, quero dar continuidade à temática da Programação de Computadores na educação. Para tanto argumentarei acerca da pertinência da programação e dos motivos pelos quais devemos ensiná-la em nossas escolas. Neste sentido, apresento um arrazoado de argumentações apresentadas por um grande grupo de pesquisadores que se ocupam da compreensão do potencial da programação de computadores no desenvolvimento cognitivo de crianças! Motivo 1 : A programação desenvolve nas crianças uma cultura de produção de tecnologia e não somente de consumo. O desenvolvimento de uma postura de protagonismo na criação de soluções para problemas que vão...