Nossa CiberVida 1.0
Exclusão Digital: Saiba se você é um excluído! ;-)
Nos dias de hoje algumas questões referentes à presença das tecnologias na vida das pessoas têm ganhado destaque e merecem nossa atenção. Por exemplo: o que é exclusão digital? Como nosso país tem trabalhado no sentido de minimizar esta realidade? Qual o papel das escolas neste processo? De que forma as tecnologias transformam nossas vidas? Qual o nível de imersão tecnológica a que estamos submetidos? Qual nossa dependência da tecnologia? Seria possível viver sem ela? Como nos proteger dos perigos da sociedade digital? E que perigos são esses? Como podemos nos beneficiar da tecnologia? Quais os motivos que nos fazem sentir analfabetos ao lado de uma criança de 9 anos brincando ao computador?
Bem, este texto inaugura o início do que – espero - será um diálogo aberto e franco entre nós, sim, eu e você, sobre este fascinante e urgente tema que vou chamar a partir de hoje de “Nossa CiberVida”. Nas próximas oportunidades vamos conversar sobre cada uma das questões elencadas acima. Porém, hoje quero tratar da primeira: O que é exclusão digital?
Bueno, por se tratar de uma questão de ordem social, ocorreria em uma imperdoável e brutal ingenuidade se apontasse uma resposta a esta questão. Entretanto, é possível trazer elementos que nos possibilitem compreendê-la melhor.
A primeiro e mais direto se refere à ideia de exclusão digital enquanto acesso. Ou seja, se você tem computador é incluído, se não tem, é excluído. Vejam que em 2003, quando a Fundação Getúlio Vargas fez uma pesquisa no Brasil inteiro e utilizou este critério de definição, talvez, e eu disse talvez, fosse suficiente. Entretanto, quando podemos comprar notebooks em 60 vezes - você se lembra quando este parcelamento era feito somente para automóveis? :-D - e por menos de mil reais, podemos presumir que o acesso é um problema que está sendo tratado.
Pois bem, em março de 2010 a revista INFO da editora Abril publicou outro estudo referente à exclusão, porém, tendo como elemento de análise desta condição o acesso de banda larga à internet, a famosa rede mundial de computadores. E pasmem, 65 % dos gaúchos não tem acesso domiciliar à internet. Sim, 65%, imaginem o que sobrou para o norte e nordeste - sem absolutamente nenhum preconceito.
Embora também trate de acesso, a pesquisa da INFO não leva mais em consideração a posse de um computador, pois no século XXI o que precisamos é de conexão à rede. Eu sei que alguns de vocês devem estar pensando: “Sim Adriano, mas sem computadores não conseguimos nos conectar à Internet!” Bem, para sua informação existem geladeiras que controlam via código de barras o prazo de validade e o término dos produtos nela guardados. Ela envia um e-mail para seu dono informando que está na hora de colocar aquele leite fora e outro para o supermercado de sua preferência encomendando outra maionese que saiu da geladeira, mas ao término de determinado tempo, não voltou. Bem, certamente este não é o único exemplo, mas já basta para deixar claro que não é só de computadores que se faz uma conexão.
Neste sentido, conceituar a exclusão digital como a simples impossibilidade de acesso às tecnologias figura como uma conclusão prematura e extremamente simplista, uma vez que comprovadamente esta modalidade de seletividade está intimamente atrelada à questões econômicas, sociais, culturais e ideológicas.
Entretanto, mesmo multifacetado, o fenômeno da exclusão digital faz parte da vida de cada um de nós. Vamos fazer um teste para identificar seu nível de exclusão? Responda sinceramente a cada uma das perguntas: Você lê os seus e-mails diariamente? Você verifica a programação do cinema na Internet? Quando perguntam teu endereço você informa seu e-mail? Você tem Twitter? Você tem mais de um e-mail? E perfil no Facebook, você tem? Você resolve todos os seus problemas no computador sem o suporte de seu filho de 9 anos? Você assiste aos melhores momentos da copa do mundo no youtube? Você sabe o que significam os símbolos ;-) e :-D que utilizei neste texto?
Sem dúvida alguma, uma única resposta “não” já acende uma luz amarela no semáforo da exclusão digital. Caso o seu resultado não tenha sido muito animador, não se desespere, basta que comecemos a reconhecer na tecnologia um elemento importante em nossas vidas e mãos à obra. Eu farei de tudo para colocar a tecnologia em discussão e para ajuda-lo na construção de sua cidadania digital, ok? E falando em tecnologia, vamos continuar este papo em http://nossacibervida.blogspot.com/
Adriano Teixeira
http://twitter.com/aTeixeiraRS
Professor da UPF e pós-doutor em educação a distância.
Nos dias de hoje algumas questões referentes à presença das tecnologias na vida das pessoas têm ganhado destaque e merecem nossa atenção. Por exemplo: o que é exclusão digital? Como nosso país tem trabalhado no sentido de minimizar esta realidade? Qual o papel das escolas neste processo? De que forma as tecnologias transformam nossas vidas? Qual o nível de imersão tecnológica a que estamos submetidos? Qual nossa dependência da tecnologia? Seria possível viver sem ela? Como nos proteger dos perigos da sociedade digital? E que perigos são esses? Como podemos nos beneficiar da tecnologia? Quais os motivos que nos fazem sentir analfabetos ao lado de uma criança de 9 anos brincando ao computador?
Bem, este texto inaugura o início do que – espero - será um diálogo aberto e franco entre nós, sim, eu e você, sobre este fascinante e urgente tema que vou chamar a partir de hoje de “Nossa CiberVida”. Nas próximas oportunidades vamos conversar sobre cada uma das questões elencadas acima. Porém, hoje quero tratar da primeira: O que é exclusão digital?
Bueno, por se tratar de uma questão de ordem social, ocorreria em uma imperdoável e brutal ingenuidade se apontasse uma resposta a esta questão. Entretanto, é possível trazer elementos que nos possibilitem compreendê-la melhor.
A primeiro e mais direto se refere à ideia de exclusão digital enquanto acesso. Ou seja, se você tem computador é incluído, se não tem, é excluído. Vejam que em 2003, quando a Fundação Getúlio Vargas fez uma pesquisa no Brasil inteiro e utilizou este critério de definição, talvez, e eu disse talvez, fosse suficiente. Entretanto, quando podemos comprar notebooks em 60 vezes - você se lembra quando este parcelamento era feito somente para automóveis? :-D - e por menos de mil reais, podemos presumir que o acesso é um problema que está sendo tratado.
Pois bem, em março de 2010 a revista INFO da editora Abril publicou outro estudo referente à exclusão, porém, tendo como elemento de análise desta condição o acesso de banda larga à internet, a famosa rede mundial de computadores. E pasmem, 65 % dos gaúchos não tem acesso domiciliar à internet. Sim, 65%, imaginem o que sobrou para o norte e nordeste - sem absolutamente nenhum preconceito.
Embora também trate de acesso, a pesquisa da INFO não leva mais em consideração a posse de um computador, pois no século XXI o que precisamos é de conexão à rede. Eu sei que alguns de vocês devem estar pensando: “Sim Adriano, mas sem computadores não conseguimos nos conectar à Internet!” Bem, para sua informação existem geladeiras que controlam via código de barras o prazo de validade e o término dos produtos nela guardados. Ela envia um e-mail para seu dono informando que está na hora de colocar aquele leite fora e outro para o supermercado de sua preferência encomendando outra maionese que saiu da geladeira, mas ao término de determinado tempo, não voltou. Bem, certamente este não é o único exemplo, mas já basta para deixar claro que não é só de computadores que se faz uma conexão.
Neste sentido, conceituar a exclusão digital como a simples impossibilidade de acesso às tecnologias figura como uma conclusão prematura e extremamente simplista, uma vez que comprovadamente esta modalidade de seletividade está intimamente atrelada à questões econômicas, sociais, culturais e ideológicas.
Entretanto, mesmo multifacetado, o fenômeno da exclusão digital faz parte da vida de cada um de nós. Vamos fazer um teste para identificar seu nível de exclusão? Responda sinceramente a cada uma das perguntas: Você lê os seus e-mails diariamente? Você verifica a programação do cinema na Internet? Quando perguntam teu endereço você informa seu e-mail? Você tem Twitter? Você tem mais de um e-mail? E perfil no Facebook, você tem? Você resolve todos os seus problemas no computador sem o suporte de seu filho de 9 anos? Você assiste aos melhores momentos da copa do mundo no youtube? Você sabe o que significam os símbolos ;-) e :-D que utilizei neste texto?
Sem dúvida alguma, uma única resposta “não” já acende uma luz amarela no semáforo da exclusão digital. Caso o seu resultado não tenha sido muito animador, não se desespere, basta que comecemos a reconhecer na tecnologia um elemento importante em nossas vidas e mãos à obra. Eu farei de tudo para colocar a tecnologia em discussão e para ajuda-lo na construção de sua cidadania digital, ok? E falando em tecnologia, vamos continuar este papo em http://nossacibervida.blogspot.com/
Adriano Teixeira
http://twitter.com/aTeixeiraRS
Professor da UPF e pós-doutor em educação a distância.
Adriano parabéns por esse espaço, adorei o post e deixo uma frase de Castells (1999) para complemnetar sua ideia: "As novas tecnologias da informação nao sçao simplesmente ferramentas a serem aplicadas, mas processos a serem desenvolvidos".
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