Opinião dada à revista Versa de Passo Fundo em 02/02/2011
> O assunto seria: "Olho no olho: a internet e as relações pessoais".
> Eu gostaria de ter a sua opinião como especialista no assunto, falando sobre as mudanças nas relações entre as pessoas com a presença - praticamente definitiva - da Internet do dia a dia das pessoas.
> Como foi a evolução e para que rumo estamos andando, principalmente no que diz respeito da convivência entre as pessoas?
Fabiana Rezende
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Bem Fabiana, gostaria de partir de dois princípios: 1º o ser humano é um ser social. 2º a internet veio pra aproximar e não afastar as pessoas.
Pois bem, existem estudos que provam que se comunicar é uma necessidade vital do ser humano e que quando as oportunidades de comunicação são de alguma forma prejudicadas, as pessoas adoecem mais facilmente. Alguns estudos comprovam que quando o indivíduo se aposenta, ou seja, rompe com laços comunicacionais com os quais se relaciona durante, pelo menos, dois turnos de seu dia, e ao mesmo tempo, seus familiares continuam suas atividades profissionais, as oportunidades de interação são muito fragilizados, processo que potencializa a ocorrência de doenças.
Em resumo, nos concretizamos enquanto seres humanos na interação com os outros, no diálogo e na interação.
Esta demanda humana, se cristaliza no número de usuários do Facebook, por exemplo, que em julho de 2010 atingiu a incrivel marca de 500 milhões de usuários. Para que compreendamos melhor, se o Facebook fosse um país, ficaria atrás da China e da Índia somente. Esta procura por espaços como este se dá pela necessidade (natural) das pessoas de se comunicarem. É claro que com um potencial de alcance infinitamente superior aos processos presenciais de interação que, sem dúvida são fundamentais e importantíssimos, mesmo que se dê sobre variáveis de tempo e espaço específicas. Ou seja, as interações presenciais demandam que eu e meu interlocutor estejamos no mesmo local e no mesmo momento para podermos interagir.
Claro que podemos adotar o discurso prematuro de que a presença física possibilita interações mais complexas, entretanto, se considerarmos que o contato físico que temos com nossos interlocutores, na esmagadora maioria das vezes se resuma a um aperto de mãos, (ao menos aqui pois na índia o contato físico é muito mais frequente e se consolida como parte da cultura do país), veremos que a presença física não é fundamental.
O que a Internet propicia é o contato entre pessoas que possuem interesses em comum e que, talvez não se encontrariam de outra forma. A tecnologia é coadjuvante no processo a medida em que ao conectar dois computadores, a rede está na verdade colocando lado a lado duas, ou muito mais, pessoas.
> O assunto seria: "Olho no olho: a internet e as relações pessoais".
> Eu gostaria de ter a sua opinião como especialista no assunto, falando sobre as mudanças nas relações entre as pessoas com a presença - praticamente definitiva - da Internet do dia a dia das pessoas.
> Como foi a evolução e para que rumo estamos andando, principalmente no que diz respeito da convivência entre as pessoas?
Fabiana Rezende
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Bem Fabiana, gostaria de partir de dois princípios: 1º o ser humano é um ser social. 2º a internet veio pra aproximar e não afastar as pessoas.
Pois bem, existem estudos que provam que se comunicar é uma necessidade vital do ser humano e que quando as oportunidades de comunicação são de alguma forma prejudicadas, as pessoas adoecem mais facilmente. Alguns estudos comprovam que quando o indivíduo se aposenta, ou seja, rompe com laços comunicacionais com os quais se relaciona durante, pelo menos, dois turnos de seu dia, e ao mesmo tempo, seus familiares continuam suas atividades profissionais, as oportunidades de interação são muito fragilizados, processo que potencializa a ocorrência de doenças.
Em resumo, nos concretizamos enquanto seres humanos na interação com os outros, no diálogo e na interação.
Esta demanda humana, se cristaliza no número de usuários do Facebook, por exemplo, que em julho de 2010 atingiu a incrivel marca de 500 milhões de usuários. Para que compreendamos melhor, se o Facebook fosse um país, ficaria atrás da China e da Índia somente. Esta procura por espaços como este se dá pela necessidade (natural) das pessoas de se comunicarem. É claro que com um potencial de alcance infinitamente superior aos processos presenciais de interação que, sem dúvida são fundamentais e importantíssimos, mesmo que se dê sobre variáveis de tempo e espaço específicas. Ou seja, as interações presenciais demandam que eu e meu interlocutor estejamos no mesmo local e no mesmo momento para podermos interagir.
Claro que podemos adotar o discurso prematuro de que a presença física possibilita interações mais complexas, entretanto, se considerarmos que o contato físico que temos com nossos interlocutores, na esmagadora maioria das vezes se resuma a um aperto de mãos, (ao menos aqui pois na índia o contato físico é muito mais frequente e se consolida como parte da cultura do país), veremos que a presença física não é fundamental.
O que a Internet propicia é o contato entre pessoas que possuem interesses em comum e que, talvez não se encontrariam de outra forma. A tecnologia é coadjuvante no processo a medida em que ao conectar dois computadores, a rede está na verdade colocando lado a lado duas, ou muito mais, pessoas.
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