Pular para o conteúdo principal

O que muda na sua vida com a franquia da banda larga? Muita coisa, tenha certeza!

Coluna de maio de 2016

Revista Somando

Nos últimos dias a notícia referente à mudança dos planos de internet fixa - aquela que você tem em casa através de seu telefone fixo ou TV a cabo - causou um verdadeiro alvoroço entre aqueles que de fato sabem o que isto significa e, como não poderia deixar de ser, incitou uma série de ações que vão além de um post no Facebook! Dentre elas, esta coluna! De antemão aviso que o caso é tão grave que vou me alongar mais do que o de costume!



Primeiro, é importante entender como se dá nosso acesso atualmente e quais as mudanças propostas pelas operadoras a partir de 2017. Atualmente, o acesso à internet fixa tem como base a velocidade de navegação. Ou seja, se você assina um plano de 10Mb você navega ilimitadamente a esta velocidade e  os dados que trafegam enquanto você acessa uma rede social, assiste a um vídeo no youtube ou joga on-line não são medidos. A partir da mudança dos planos, além da velocidade contratada, as empresas deverão incluir em seus contratos cláusulas que preveem uma franquia de dados, ou seja, você navega na velocidade contratada até que atinja sua franquia. Uma vez atingida, a navegação só é normalizada a partir do pagamento de uma taxa adicional, assim como acontece na internet móvel.

Para que você possa entender melhor vamos imaginar um usuário com um plano popular com conexão de 1Mb/s e 10 GB de franquia(*). Partindo do princípio de que o uso de dados de serviço de streaming de vídeo é de 3GB por hora, 3h30min de vídeos acabariam com a franquia do mês inteiro. Vamos ao outro extremo e imagine um indivíduo que contratou um plano de 25Mb/s de conexão e uma franquia de 130 GB (*). Se for alguém que goste de jogos on-line, bastaria baixar 2 a 3 games para que a franquia mensal se esgotasse, afinal estes tipos de arquivos costumam ter o tamanho médio de 40GB. É importante destacar que o problema se amplifica quando assumimos que geralmente compartilhamos a internet fixa entre as pessoas que moram na mesma casa.

A bem da verdade, todos os setores da sociedade podem ser afetados negativamente. Profissionais autônomos e liberais que utilizam serviços de computação nas nuvens que demandam um grande fluxo de dados como o DropBox ou o Google Drive por exemplo; A educação que tem se beneficiado de canais e portais educacionais com recursos que rodam na rede; O comércio que usa extensivamente serviços online de geração de notas eletrônicas por exemplo; etc.

Dentre as consequências desta possível mudança está a transformação radical de hábitos e do perfil do internauta brasileiro que deverá diminuir o acesso a sites de compartilhamento de vídeos como o Youtube e o Netflix, por exemplo e a utilização de games online. Desta forma, teríamos que reaprender a navegar na internet, priorizando sites que geram pouco troca de dados para dar um maior fôlego à internet disponível na franquia. Entretanto, qualquer ação que limite o acesso à internet e às suas possibilidades tem impactos diretos sobre a sua essência: a liberdade. Ao aceitarmos estas mudanças, aceitamos o fato de que a internet também será um espaço de segregação, permitindo aos que possuem mais recursos acesso irrestrito e aos demais uma navegação pobre, em modo texto e por tempo limitado! A internet é uma direito do cidadão do mundo contemporâneo e esta mudança estaria ampliando a diferença entre as pessoas.

Assim, todos temos que agir no sentido de provocar uma reação da ANATEL, agência regulamentadora de serviços de telecomunicações, a fim de que tais mudanças não sejam implementadas a fim de que não voltemos ao tempo da internet discada! Lembra? :-/
Você pode encontrar mais informações sobre o assunto em http://nossacibervida.blogspot.com!

vvvvvvvvvvvvvvvvvvvv
(*) A maioria das operadoras possui um plano semelhante

MATERIAL ADICIONAL

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Pensando o Ensino Superior

Questões para discussão: Em que medida estas percepções acerca da dinâmica das tecnologias faz parte dos processo educativos no ensino superior? De que forma, não sendo nativos digitais, podemos apropriar estas possibilidades aos processos educativos formais? Quais os desdobramentos destas questões sobre a instituição Universidade?  Questões gerais sobre nosso encontro de 14/1/2015  Tipo "piada interna" para o grupo de Metodologia do Ensino Superior 2015/1 ;-) ) Questão básica de discussão Não se trata de substituição dos que já fazemos, mas de inserir novas práticas e experimentar novos métodos gradativamente; Precauções técnicas - Antes do encontro é fundamental instalar, configurar e testar projetor, cabos, conexão (garantir a conexão cabeada), som, etc. No Prezi, é fundamental criar a trilha detalhada dos elementos que quero destacar na apresentação. Sempre que realizamos um hangout, devemos grava-lo a fim de não perder a oportunidade de ete

Sendo professor na era da colaboração e da convergência II

Este texto teve sua origem em um post de 23 de setembro de 2011 , a partir de reflexões conjuntas que realizamos na disciplina de Metodologia do Ensino Superior do Mestrado em Educação. Naquela oportunidade foram registros isolados de percepções acerca do que muda (ou do que não muda) na escola da sociedade em rede, das novas (e talvez não tão novas) demandas da prática docente, das competências e habilidades dos alunos e da sempre fundamental necessidade de construir espaços de aprendizagem que, definitivamente, não dependem de tecnologias, mas por elas pode ser complexificado, no sentido de enriquecido, potencializado, virtualizado. A requisição dos colegas do NTE-Ijuí, de que fizesse um texto ilustrando minha fala do dia 18 de agosto de 2011, gotejando elementos a serem destacados em 10 de novembro de 2011, me impele a construir um texto definitivamente não-acadêmico, mas construído a partir de convicções nascidas da interação com outros professores, do convívio com alunos adolesc